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sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Preguiça ou tudoaomemotempoagora?

Não estava escrevendo por preguiça. Pura preguiça.

Geralmente fico acordada até tarde. E acaba que tenho muita dificuldade em levantar pela manhã. Mas isso não é um problema da vida adulta. Vem de berço. Nasci com o relógio biológico trocado.

Ok, o que isso tem haver com a minha preguiça? Bem, como eu tenho prguiça de acordar pela manhã, acordo sempre em cima da hora de ir para a faculdade ou para o trabalho, digo, estágio, ou até mesmo para algum compromisso marcado. Daí o restante do dia fica comprometido com os afazeres diários.

Outro motivo de ter preguiça é que já escrevo no estágio. Gosto pacas do que faço, me sinto estimulada e as pessoas que estão ao meu lado são per-fei-tas. Sem querer puxar o saco, porque não ganho para isso.

Na verdade, o valor que eu recebo pelo estágio é bem baixo. Mas o aprendizado em troca é o valor elevado à enésima potência. Sem exageros.

Mas voltei a escrever. Não posso dizer se manterei uma frequência. Pelo menos eu tentarei manter.
Hoje mesmo, eu nem esperava escrever a respeito dessa preguiça. Estou curtindo uma raiva aqui. Ouvindo umas músicas dor de cotovelo e me perguntando porque cedi aos desejos de minha mãe. Ela ficou feliz e eu estou completamente infeliz.

A essa hora eu devia estar na balada com uns amigos massa e pegando outros gatinhos massa.
Mas não deu. E não vou dizer os motivos porque não quero torrar a paciência de ninguém aqui com meus problemas.

Vou é abrir mais uma latinha de Brahma (não é propaganda, é porque eu gosto mesmo) e continuar a escrever sobre a minha preguiça.

Então, como eu estava contando, os afazeres diários terminam e eu  estudo.

Gente, dar conta de casa, trabalho, faculdade e pesquisa científica não é mole! É mais ou menos assim: você imagina o que tem de fazer em casa e lembra de uma coisa que tem que fazer no estágio que tem haver com o assunto que o professor está passando e daí já tenta fazer uma relação. Pronto! Lá se foram metade de suas energias matutinas em apenas 15 minutos de pensamento. Dá fome, mas o tempo para comer é  escasso.

Pego o ônibus e saio. Pessoas, o que cansa não é pegar o ônibus, porque até daria para ir lendo o texto atrasado dentro dele se eu fosse sentada. O problema é ir em pé num percurso de uma hora, com baldeação nos terminais( duas baldeações).

Nessa hora eu tento lembrar do que deveria ter lido para a pesquisa científica. Já vou logo dizendo que formular hipoteses sobre a ciência e seus paradigmas dentro de um  espaço com cerca de cem pessoas  em pé é impossível. Mas eu tento. Juro que eu tento!

Depois disso eu já cansei pelo dia inteiro. E não são nem dez da manhã. Chego em casa às oito da noite. Vou dormir meia noite.

Quem está lendo teria algum tempo para escrever para o próprio blog?

Pois é, se tiver, me dá a fórmula, porque eu, sinceramente, tenho preguiça.

Minhas válvulas de escape são os encontros esporádicos com amigos. Afinal, eu não sou de ferro e preciso socializar. Despois disso volto para casa e para a rotina.

Gente, só de pensar, agradeço a Deus porque esse final de semana será um feriadão.

Até a próxima!

domingo, 4 de outubro de 2009

"O colonizado não é uno, ele é diverso"


Lendas, política, religião, Arqueologia, Antropologia. Tudo se mistura para o entendimento de um processo aparentemente simples como a colonização e o ato de povoar terras*

“O colonizado não é uno. Ele é diverso”.


Foi com essa frase que o Professor Antônio Lindvaldo de Sousa, que ministra as disciplinas História de Sergipe, História e Religiosidade, e da Pós-graduação em Ciências da Religião na Universidade Federal de Sergipe (UFS), marcou nossa entrevista. A partir daí tornou-se fácil entender a maneira como foi feita a colonização de Sergipe. De forma descontraída, ele nos explicou a presença e os motivos que trouxeram a Companhia de Jesus ao nosso Estado e as implicações do processo religioso e político do fato. Durante a entrevista, ele nos revela que outras personagens também são importantes no processo da colonização e mostra, de forma bastante didática, que entender e conviver com as diferenças é primordial não só na atualidade, mas também no passado. Exaltamos os caciques Serigy, Surubi e Aperipê como heróis porque morreram na chamada Guerra Justa. Lembramos também muito mais dos “fidalgos” portugueses. Mas a parte das Missões dos jesuítas no território sergipano fica sempre relegada ao plano de “história de menor importância”, sabendo-se muito pouco sobre o assunto.

Os participantes da Companhia de Jesus foram parte fundamental para o entendimento do que aconteceu no território sergipano entre os séculos XVI e XVIII. Os criadores de gado da Bahia e de Pernambuco precisavam de acesso entre si e Sergipe se situa exatamente entre os dois Estados. Além disso, a região era perigosa por causa dos índios que aqui estavam, já fugidos do processo civilizatório, da escravidão a que eram submetidos e da expansão da colonização das novas terras por Portugal. A Igreja Católica também passava por um momento de crise perdendo suas “ovelhas” para o rebanho dos protestantes de Calvino e Lutero e precisava de novas almas. Ajudando na colonização das novas terras, evitava o avanço do protestantismo nessa região. Em termos mais abrangentes, os jesuítas estão em nosso imaginário pelo que aprendemos nos livros didáticos escolares com a figura central de José de Anchieta escrevendo na areia. Nunca os vemos como colonizadores, mas como religiosos que buscavam infundir nos índios noções da religião de Portugal.

Em Pauta- Suas aulas são atrativas, os temas bastante bem explanados e você dá início à disciplina falando sempre da tolerância ao “outro”. Quem é esse “outro” e por que esse tema como início?


Antônio Lindvaldo – É um recurso metodológico que eu uso para que o aluno entenda que existe outra história sem ser aquela oficialmente contada. Para que se entenda essa outra história é preciso entender que existe “um outro”. E saber que ele tem sua própria história e não depende de alguém que chega para contá-la por ele. Por isso, também uso da Arqueologia para entender que esse outro tem uma história muito antes do presente. Quando se trata do século XVI a gente fala “existe os outros que habitavam aqui”, mas eles não podem ser entendidos apenas como a cultura tupinambá,de forma única, mas também como outros povos que aqui existiam.

EP- Qual a relação deste “outro” com a colonização de Sergipe?

AL- Pois é, com relação à colonização de Sergipe, por exemplo, eu uso os outros não só como os primeiros habitantes, os índios, mas como aqueles que são diferentes do modo de ser do índio também. Não podemos cair somente na perspectiva da atualidade de ver diferente o colonizador do colonizado. O colonizado não é uno, ele é diverso. Prefiro falar, então, em “outros”. Dessa forma, quem esta ouvindo entende que a diversidade do mundo, tanto no presente quanto no passado é grande. E nós, em pleno século XXI, temos de conviver com essa diversidade dos outros que são diferentes de nós.

EP- Quem eram os primeiros habitantes?

AL-Não tem uma comunidade indígena nativa diferenciada de Sergipe, Bahia, Pernambuco e Espírito Santo. O habitante que morava no litoral daqui, o tupinambá possuía um domínio de sul à norte de forma abrangente. Agora, as outras tribos indígenas eram menores e há estudos que mostram isso, mas não temos como apreciar a quantidade e diversidade de tribos que aqui existiam porque não temos documentação para tanto.

EP- Por que a ação dos jesuítas em Sergipe é pouco pesquisada, já que, assim como na Vila de São Vicente e em São Paulo, foi por meio deles que houve aceitação dos “brancos” pelos índios existentes nas novas terras?


AL-Na verdade, eles são vistos como alguém que tem um método diferente. Enquanto eles pregam o evangelho e a paz, o colonizador, o criador de gado, utiliza da violência, como aconteceu em 1590 com a chamada Guerra Justa. Como houve colonizadores antes dos jesuítas, os franceses, que contrabandeavam o pau Brasil no litoral sergipano e também um ou outro navegante passando pelo rio são Francisco já passou antes de 1575 e a ação dos jesuítas foi pacífica ficou mais fácil a aceitação.

EP- Desde quando se tem notícia dos jesuítas nas terras de Sergipe?

AL-A ocupação do solo, de fato, foi com os jesuítas em 1575. Eles têm o papel inicial de entrar em contato com os habitantes daqui. O trabalho dos jesuítas era conquistar a alma desses habitantes. Então, mesmo essa colonização sendo pacífica, foi colonização.

EP- Como e porque eles chegaram aqui?

AL-Eles vieram por terra pelo interior da Bahia e já possuíam contatos em Itapicuru, perto de Sergipe. A motivação para o deslocamento da sede da capitania da Bahia, eu diria que tem haver com o mundo em transformação da Igreja e os jesuítas eram porta vozes dos tempos difíceis da Igreja Católica e defendiam interesses da Igreja e, ao mesmo tempo, dos interesses do próprio governador Luís de Brito. Eles foram facilitadores da colonização, tanto que ao lado do padre jesuíta Gaspar Lourenço, vieram um capitão e soldados.

EP- De que maneira eles foram registrados pela historiografia sergipana?


AL-A documentação que nós temos, e que é extremamente importante, é a Carta de Toloza. Um padre jesuíta. Essa carta foi citada em nota de rodapé por Felisbelo Freire. Ela nos permite enxergar meandros, aspectos dos atos dos jesuítas construindo igrejas, promovendo a religiosidade no cotidiano dos índios. Mas não há uma abordagem, um livro específico na documentação sergipana sobre os jesuítas.

EP- A cultura dos índios e a dos brancos são bastante diferentes. Como foi o processo de adaptação entre os dois povos?

AL-Ainda bem que você colocou brancos no plural, porque no processo existe o criador de gado, os soldados, o governo luso-baiano e os próprios jesuítas. Depois aparecem os carmelitas e os capuchinhos. Há uma diferença muito grande nas culturas. Cada um tem processos diferentes de encarar a natureza, de se alimentar, de trabalhar, etc. Alguns historiadores chamam isso de choque cultural, mas além disso, o tupinambá estava num estágio menos desenvolvido de cultura material do que os outros povos, nesse choque, eles saíram perdendo porque na cultura indígena apesar de haver arco e flecha, não havia cavalos ou armas de fogo. Apesar de uma cultura não ser superior a outra, em termos materiais os brancos eram superiores.

EP- O primeiro padre jesuíta que aqui chegou foi mesmo o Padre Gaspar Lourenço?

AL-Nós podemos dizer que há visitas esporádicas antes de 1575 no território de Sergipe, mas colonização em termos de Missão somente a partir de Gaspar Lourenço e João Solônio, que era o companheiro dele.

EP- Porque ele foi escolhido para vir à Sergipe?

AL-Não foi escolhido a toa. Ele era um homem experiente em Missão. Já havia lidado com índios insatisfeitos com o avanço da colonização e, fundamentalmente, não podemos esquecer que ele era famoso por falar a língua dos índios.

EP- O fato dele ter sido discípulo de José de Anchieta influenciou na escolha?

AL-Se a gente for entender o universo da formação de Gaspar Lourenço, entenderemos quem ele foi e a instituição da qual ele fazia parte. Mas, além disso, precisamos entender quem foram os tutores dele, a escola em que ele estudou e o que ele defendia. José de Anchieta foi um dos tutores de Lourenço, ou seja, alguém que contribuiu para a formação de quem ele foi. Ter sido escolhido para vir à Sergipe num período de crise e com um conflito tênue entre criador de gado e Governo, mostra que ele era um homem corajoso e muito agarrado à sua formação.

EP- Até quando os jesuítas permaneceram em Sergipe? Por quê?


AL-Os jesuítas não foram vitoriosos na colonização de Sergipe no início, porque, se fossem, permaneceriam catequizando. Historicamente, o momento era muito favorável aos criadores de gado. Os representantes na Bahia estavam muito mais pressionados pelos criadores de gado do que pela Igreja. Ou seja, tudo estava a favor para que a colonização não fosse um processo paulatino e educativo como previam os jesuítas. O pensamento era “vamos logo ocupar a terra e escravizar os primeiros habitantes”. Para quê? Para criar o gado e facilitar o intercambio entre Pernambuco e Bahia.

EP- Um importante político de Sergipe do século XIX tornou conhecida uma frase que diz: “Ao evangelho e não às armas, à paz não à guerra, entregou-se à conquista da nossa capitania.” O que ele quis dizer com isso?

AL-O significado tem haver com a idéia de que o método utilizado pelos jesuítas utilizando a música, o teatro, as procissões, o catecismo e todos os rituais instituídos pela Igreja com o Concílio de Trento, nas reformas vividas naquele período, era diferente dos métodos que usam armas, pressão e exploração.

EP- O que era essa Missão que você falou antes?

AL-Quem mora no interior geralmente sabe o que é uma Santa Missão. Quando os padres chegam numa comunidade, toda ela pára para recebê-los. Daí tem a ladainha, os sinos badalando, a via sacra, etc. São missionários que chegam num lugar e querem transformá-lo dizendo que lá existem pecadores ou que está possuída pelo demônio. Esses padres não têm moradia fixa e tem como missão levar a fé a quem não tem acesso. No caso dos jesuítas, os padres vão transformar os índios num “bom cristão”. Se a gente pegar a Carta de Toloza está lá o estudo da ladainha dia e noite.

EP- É como um curso intensivo da religião?

AL- É mais ou menos. As Missões duravam de oito dias a três meses, dependo da Missão. O índio não entendia significados de pecado e de fogo do inferno, mas o conjunto de metáforas que aparecia, como o padre vestido com a batina, levantando a hóstia e o povo cantando. Tudo isso é pedagógico e fazia com que introjetasse no cotidiano dos índios esses rituais.

EP- Atualmente existem indícios dessas Missões nos locais onde elas eram instaladas?


AL- Não, infelizmente nós não temos porque elas eram construídas de pindoba [uma espécie de palha] e esse material com o tempo acaba. O que aconteceu foi que algumas missões viraram igrejas como a Missão de Geru, virou a cidade de Geru e hoje tem uma igreja belíssima. Em Itaporanga temos Tejupeba e em Laranjeiras, Retiro.

EP- Havia conflitos entre os índios e os habitantes que vieram morar na região?

AL-Havia conflitos no litoral. Com o passar do tempo,com a conquista do litoral, o interior continuou sendo o habitat dos índios. Tanto que temos índios até o século XVIII em Sergipe. Depois com a expansão do gado e da cana de açúcar na Cotinguiba, chegou no século XIX e o Governo dizia que não havia mais índios.

EP- Além dos jesuítas, quais outras figuras fazem parte da colonização de Sergipe?

AL-É um tema interessante porque alguns alunos trabalharam não só jesuítas e criadores de gado em suas monografias. Eu trouxe documentos de Portugal que mostram que houve também mamelucos, que eram homens sem dinheiro ou prestígio, mas por causa da “propaganda” dizendo que quem participasse da Guerra ganharia terras aqui, eles se aventuraram em busca de uma vida melhor. Infelizmente, com a liberdade, eles acabaram nas garras da Inquisição. Esses homens só queriam oportunidade, não queriam escravizar índios nem nada, mas casavam com as índias. Então também temos mais esse personagem.

EP- Agora vamos para um campo mais mítico. Eu já li e ouvi diversas histórias de tesouros deixados pelos padres jesuítas. Essas histórias são verdadeiras ou apenas lendas?

AL-São ficção. Em Jaboatão tem a história do tesouro escondido pelos jesuítas em túneis subterrâneos, mas são apenas lendas, tanto que até hoje não acharam. É muito interessante, porque você chega na cidade e não encontra marcos dos jesuítas, mas a marca mais forte é a da lenda.

EP- Porque elas surgiram?

AL-Não existe uma comunidade que não tenha lendas.Todo mundo vive com mitos, hoje, por exemplo, temos as novelas. O ser humano não cria só necessidades físicas de alimentação. Nós precisamos do imaginário. Isso faz parte da construção de uma comunidade. Mas se você me perguntar como surgiu essa lenda lá em Jaboatão, posso dizer que a partir da fantasia encontramos um eixo com a realidade. E o que é realidade? É a presença dos jesuítas que tinham Missões lá. Isso não é só em Jaboatão, mas falam que os jesuítas concluíram um túnel que sai lá em Penedo, em Laranjeiras ou em São Cristóvão também.

EP- O túnel é um tema recorrente quando se fala de jesuítas. Eles tinham o hábito de criar esses túneis?

AL-Na verdade, como havia muita invasão estrangeira de franceses, holandeses e ataques indígenas, as cidades, muitas delas, tinham escavações subterrâneas para fugir. Principalmente quando tem uma minoria branca e a maioria é indígena, negra e mestiços.

EP- E agora para terminar, uma brincadeira. Você é um historiador. E se considera um bom contador de histórias?

AL-Todos nós somos! [risos] Conto histórias no dia a dia, faz parte do bate papo informal. Conto história e estórias [mais risos]

EP- Qualquer pessoa pode ser historiador?

AL-Todos precisam da História. Qualquer pessoa pode se dedicar à História

* Essa entrevista foi postada originalmente no blog empautaufs.wordpress.com

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Crônica de um dia feliz

A empresa necessitava de 20 pessoas para o cargo de vigilante e possuía uma parceria com a Fundação Municipal do Trabalho (Fundat) que cadastra trabalhadores para recolocação no mercado de trabalho. Nem precisava ter experiência, bastava apresentar o certificado de conclusão do curso preparatório. O RH da empresa nem pensou, ligou para o Balcão de Intermediação de Mão de Obra da Fundação e solicitou que lhe fossem encaminhados os profissionais.

Já era terça-feira, o ano estava acabando e Ricardo de Jesus Reis, 31, pensava no que fazer. Desempregado há sete meses, estava já sem dinheiro e esperança de conseguir logo um trabalho e poder levar o alimento para casa. Experiência em vigilância ele tinha. Trabalhara seis anos numa firma conceituada e saíra porque alguns postos de trabalhos foram perdidos por causa da crise que estava acontecendo do outro lado do mundo.

Adaias da Silva Santos. Vinte e seis anos, nenhuma experiência na área de vigilância. Ficou sabendo do Balcão por um amigo que tinha sido contratado há um tempinho.

Valdemir Júnior Florêncio da Silva, um ano mais novo que Adaías, quando soube que a Prefeitura de Aracaju possuía um serviço de Intermediação do Trabalho levou seu currículo e deixou lá. Mas nem esperava ser chamado, ainda mais que fazia quatro meses que isso aconteceu.

Ontem, terça-feira, 29 de setembro, início de Primavera, os telefones dos três tocam logo pela manhã. Nesse momento, as vidas deles se interligam. Eles haviam sido selecionados no banco de dados da Fundat para a empresa de vigilância. Seus perfis passaram por uma triagem. Haviam sido aprovados.

domingo, 28 de junho de 2009

César Leite se apresenta com Genoveva

Artista e sua boneca dançaram no palco principal

Todos que assistem às apresentações do cantor Sergival e acompanham sua carreira provavelmente também conhecem a boneca Genoveva. Mais uma vez, ela e seu ‘noivo', o professor de educação física César Leite, fizeram uma participação especial no show do artista sergipano nesta penúltima noite de Forró Caju. A dupla se apresenta nos palcos do evento há oito anos.

Quem fez Genoveva foi o bonequeiro Anselmo Seixas, carinhosamente chamado de `sogro´ por César Leite. "Ele me entregou sua filha e eu cuido dela com muito carinho e amor", brinca.

Para César, o sucesso de suas performances se deve ao fascínio que o boneco exerce sobre as pessoas. "O objeto é um ser inanimado. Dar vida a esse ser e, de repente, vê-lo dançando, mexe com o imaginário do espectador", acredita.

Teatro

Como o povo sergipano tem a cultura popular correndo nas veias, o professor de educação física está com uma parceria com a atriz Rosana, integrante do Grupo Oxente de Teatro. Os dois fazem a esquete `Mulher-peixão´ e se apresentam em diversos lugares. Além disso, trabalham juntos no espetáculo `Boi de Barro - Fragmentos´, que retrata o folclore brasileiro falando da morte e ressurreição do boi.

"Estou tendo um romance com o teatro, já que minha origem é a dança popular. Essa peça, Boi de Barro, traz todos os elementos da nossa cultura nordestina: o feiticeiro Cazumbás, a burrinha, a velha rezadeira e, como não podia deixar de ser, o boi", descreve.

Sem pensar em parar, César Leite declara seu amor pelo Forró Caju. "Amo minha cultura, amo estar aqui no Forró Caju. Quem mais se diverte sou eu, por isso sinto e passo uma energia muito boa para as pessoas", diz.


Foto: Pedro Leite

terça-feira, 5 de maio de 2009

O doce tornou-se amargo

Rever velhos amigos, velhos amores, velho friozinho gostoso e tempestades de granizo.
Santos estava muito boa. Balada todo dia. Fazia tempo que nao via tanta gente bonita. E tanto homem bom!

A melhor parte de minha vida eu deixo laqui. Hora de partir é a pior hora. Pego o ônibus pro aeroporto e vou olhando pra trás. Vontade de ficar... Olhos cheio de lágrimas...

Amor antigo que se renova, e velhos costumes que desesperam. O melhor e o pior. A tese e a antítese. Caralho! seria tudo tão bom se a gente pudesse fazer as coisas acontecerem como a gente quer, não é?

Mas daí chega a hora de partir e voltar pra realidade. A viagem tão esperada, o amor que quanto mais os anos passam mais intenso fica, a expectativa. Daí o doce torna-se amargo. E quando mudou?

Será que mudou? Ou apenas ficamos tentando nos iludir achando que vai ser diferente?
O velho ciclo que perdura. Os papéis que se invertem. A caça que parte em busca do Caçador.

E mesmo assim ainda se encontra presa e entregue. A armadilha aberta a torna mais presa. Animal acuado, dócil e manso escondendo sua natureza. Ela olha a porta aberta indecisa entre sair e ficar. Mas ja está na porta, falta apenas um passo...

sábado, 25 de abril de 2009

E com vocês...Lateiros Curupira!

Dez dias e setecentos artistas em doze palcos simultâneos. Este será o 40º Heripage Jazz Fest, na cidade de New Orleans, nos EUA. Nele, quatro alunos do grupo musical Lateiros Curupira representarão a música de Sergipe. A garotada embarcou no domingo (19), e dividirá o palco com os músicos sergipanos Antônio Rogério e Chico Queiroga no dia 25.

O Lateiros Curupira chama a atenção de todos que os escutam em seus ensaios e apresentações pela maneira como adaptam materiais recicláveis, como baldes, latas e panelas transformando-os em instrumentos sonoros. Desse material inusitado, aliado à base das músicas e das tradições folclóricas nordestinas, o grupo encanta em cada canto por onde passa. E já dizia o Mestre Sivuca que “de tudo podemos tirar um belo som”.

Cultura sergipana para exportação

O percussionista e diretor do Lateiros Curupira, Gladston Batista, mais conhecido como Ton Toy, disse que o convite surgiu após a empresa de produção Ecos Latino apresentar filmagens do grupo aos diretores do evento. “Eles fazem uma triagem e convidam músicos de toda a parte do mundo”, explica Ton Toy.


Mas, como nem só de música vive a cultura, e muito menos a sergipana, que é tão rica em costumes, no Festival também estarão presentes algumas manifestações folclóricas como a Chegança, o Cacumbi, a Batucada e o Samba de Pareia.


Além das apresentações no Festival, o grupo também tocará em igrejas e escolas públicas norte americanas. E mais: os representantes do Lateiros ficarão 11 dias hospedados nos EUA, terão a oportunidade de ouvir ao vivo os melhores nomes do Jazz, e irão participar de workshops. O que nós, aqui em terras de cajueiros e papagaios, esperamos é que essa estadia sirva de mais inspiração para o talento dos garotos.

Os músicos Antônio Rogério e Chico Queiroga já são veteranos no evento. Participam pela 5ª vez daquele que é tido como o maior e mais importante Festival de Jazz do mundo. “Estaremos participando de um evento que terá a presença dos grandes nomes da música. Iremos nos apresentar juntamente com os Lateiros, mas eles terão seu momento solo”, ressalta Antônio Rogério.


E quem são os Lateiros Curupira?


O Lateiros Curupira foi formado em 2005 por adolescentes que participavam da oficina de percussão desenvolvida pelo Instituto Recriando. A oficina é parte do Projeto `Recriando Caminhos´, financiado pela Petrobrás, Governo de Sergipe e Prefeitura de Aracaju.


O grupo atende meninos de baixa renda nas comunidades de Cidade Nova, Alto da Jaqueira, Japãozinho e Jetimana. Atualmente, é composto por 38 adolescentes com idades entre 12 e 20 anos. Segundo o Instituto Recriando, o objetivo da oficina de percussão não é a “profissionalização artística e sim o uso da música como um meio para despertar a atenção de crianças e adolescentes em relação à riqueza cultural de Sergipe”.


Mas, como a arte tem vida própria e transforma a vida das pessoas, o grupo, pela qualidade do trabalho desenvolvido, vem tendo uma demanda cada vez maior de apresentações. Saem, enfim, do exercício e torna-se inevitável uma profissionalização.


Lado triste...mas nem tanto


Dos 38 alunos, somente quatro poderão estar presente no evento. Não apenas por falta de patrocínio, mas também porque, segundo Ton Toy, “os critérios adotados foram: ter 16 anos ou mais, técnica e comportamento”. Como parte da garotada com mais de 16 anos está afastada do grupo fazendo cursos profissionalizantes e participando de outros projetos, restaram alguns poucos que atendiam completamente aos critérios exigidos.


“Imagine o reflexo que terá para estes garotos, na auto estima deles, o grau de legado que servirá como estimulo para os demais e para uma futura profissão”, ressalta Antônio Rogério.
Agora o que nos resta é esperar a volta dessa turma de talento e, para quem ainda não conhece, não perde por esperar para conferir a performance do grupo. E, com vocês... Lateiros Curupira!

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Brasil: de devedor à credor

"Agora estamos entrando no clube de credores do FMI", disse o Ministro da Fazenda, Guido Mantega, a jornalistas nesta quinta-feira (09). A declaração foi dada após comunicado que o governo brasileiro aceitou o convite do Fundo Monetário Internacional (FMI), para participar do grupo de países que financia regularmente o organismo.

O país não financia regularmente as operações da entidade desde 1982 quando o país passou a tomar dinheiro emprestado do FMI e, em dezembro de 2005, o Brasil quitou a dívida pagando o valor de US$15,5 bilhões que venceriam no final de 2007. Esse era o valor que restava ser pago em 2006 e 2007 de um empréstimo de US$ 41,75 bilhões negociado com a entidade multilateral em 2002. Além do pagamento ao FMI, o governo liquidou também a dívida de US$ 2,6 bilhões que o governo Fernando Henrique contraiu com o Clube de Paris (grupo de bancos privados).

Desde então, se passou apenas três anos e o país evoluiu economicamente. De devedor passou a credor. Em fevereiro de 2008, o Banco Central (BC), anunciou que o Brasil já era credor externo. Isso porque toda a dívida externa brasileira, o que inclui débitos dos setores público e privado, estava garantida por um patamar maior de reservas internacionais, e de outros ativos não explicitados pelo BC.

A partir de 1º de maio, o Brasil colocará à disposição do FMI uma cota no valor de US$ 4,5 bilhões, mas o Ministro acredita que será "muito difícil" haver necessidade de o FMI usar todo esse montante.

O objetivo de o Brasil se tornar um credor do FMI é ajudar os países emergentes que enfrentam dificuldades de crédito por conta da crise internacional. Dos 185 membros efetivos do fundo, apenas um grupo de 47 países são credores do FMI. "Mostra que o Brasil tem solidez econômica e que ainda poderá ajudar os países emergentes com problema de crédito”, declarou Mantega.

Segundo o ministro Mantega, a participação brasileira estará limitada ao total de sua cota. “Não quer dizer que vamos colocar o dinheiro agora. Se o fundo necessitar, ele vai nos solicitar e colocaremos ate esse total”.

Mantega esclareceu ainda que essa modalidade de empréstimos não afeta as reservas internacionais brasileiras, que permanecerão na mesma situação. Atualmente, as reservas brasileiras somam US$ 201 bilhões, patamar desta última quarta-feira (08).

Em troca do financiamento, o ministro da Fazenda, esclareceu que o FMI dará ao Brasil Direitos Especiais de Saques (DES). Esses Direitos são unidades de conta utilizada nas transações do organismo. São ativos líquidos e fazem parte das reservas internacionais do país membro, podendo ser sacados imediatamente em caso de necessidade de balanço de pagamentos.


Foto: www.jornaldoabcpaulista.com.br/economia.htm

domingo, 5 de abril de 2009

Festival Nordeste Independente


Registrando esse evento. Lugar que vale a pena ir. Primeiro pelos curtas. E quem gosta de cinema sabe do que estou falando. Depois pelas bandas. Sem contar as HQs. Programa e diversão da melhor qualidade.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Drácula de Bram Stocker. Mais que terror, amor.


O logotipo da Columbia, nos permite escutar os primeiros acordes de uma marcha macabra, que logo dá seguimento a um prólogo. Parece uma lição de Historia, que nos remete à Constantinopla do século XV, quando sofreu a invasão dos turcos.
Pensamos que veremos uma história de terror. É isso que pensamos assistir em Drácula de Bram Stocker. No entanto, os românticos de plantão tem uma grata surpresa no decorrer do filme. Apesar de se tratar de uma história com vampiros, o filme, na verdade, trata-se de uma história de amor. Um amor que perdura mesmo na maldade. Um amor que atravessa os séculos e continua intenso. Um amor que vive além da morte.

O prólogo do filme narra a historia de como o nobre e cruel aristocrata romeno tornou-se Drácula, o vampiro: foi por amor a uma mulher, Elizabetha. A princesa que se suicida porque pensa que seu príncipe morreu. O príncipe, ao ver a esposa morta torna-se um ser diabólico, imortal, que atravessa os séculos até encontrar a reencarnação de sua amada.

No filme, os acontecimentos se passam no tempo presente, o que aumenta a ação das cenas. E podemos dividi-lo em três partes além do prólogo. A primeira que mostra o conde envelhecido, uma figura excêntrica, e que termina na hora em que o conde viaja e chega em Londres. A segunda parte até que descobrem sua verdadeira identidade e, por fim, a terceira que vai até a cena onde lhe cortam o pescoço e ele recebe o perdão do Deus renegado por ele.

Ainda no prólogo é possível percebermos técnicas do cinema de animação. Na batalha e durante a segunda parte do filme, a fotografia de Michael Ballhaus, trabalha com as sombras trazendo recursos do teatro chinês e da lanterna mágica, precursores do cinema . Podemos até mesmo ver presente numa cena do filme, quando o Conde Vlad chega em Londres, o próprio cinematógrafo e a maneira como ele era passado. A invenção recente era considerada produto de baixa cultura, como a personagem Mina deixa claro ao mandar o conde procurar cultura em museus e teatros.

Em diversas cenas, a sombra de Drácula torna-se um personagem independente, em especial na seqüência em que Keanu Reeves anuncia ao conde que é o noivo de Mina. A sombra que se move de modo diferente do dono acentua o caráter do vampiro e dá mais suspense à cena. É uma referencia clara ao teatro que trabalhava com sombras de pessoas e objetos para criar a ilusão da projeção de uma cena.

Apesar da história de amor cental, sequências de sensualidade extrema dão ao filme cenas memoráveis. Como as cenas onde Jonathan Harker (Keanu Reevers) sai do seu quarto, à noite, para conhecer o castelo e encontra três vampiras que, literalmente, o devoram. Num exercício cinematográfico de sensualidade e sexualidade, uma delas abre as calças do Jonathan e, ao levantar a cabeça, mostra os dentes pontudos de vampira e desce a cabeça, rápido... um corte no rosto dele, que se levanta, entre desespero, dor e prazer!

Até mesmo as cenas protagonizadas pelas amigas Mina (Wynona Rider) e Lucy (Sadie Frost) primam pelo erotismo presente. Mina se entrega ao vampiro por sua própria vontade, querendo ser como ele. Lucy com seu cabelo vermelho, é a personificação do sexo em uma personagem. Ela fala frases picantes, quer se entregar a todos de uma só vez, e as cenas nas quais ela é atacada pelo vampiro chegam próximas ao cinema erótico, pelos gemidos que se ouve e pelas estranhas posições em que o vampiro suga-lhe o sangue em uma pesada cena de sexo com um Drácula transformado em animal.

Gary Oldman, por sua vez, surpreende com a interpretação de uma personagem multifacetada: primeiro, um guerreiro medieval em um momento de fúria, em seguida, um velho conde excêntrico que acolhe de modo sinistro e respeitoso o hóspede inglês Jonathan Harker . Também se transforma em um lobisomen que sodomiza Lucy e em um jovem aristocrata que caminha por Londres, alternando a imagem de um nobre cavalheiro e sua real identidade enquanto vampiro.

O filme sofreu diversas críticas por modificar a história original do livro escrito em 1897 por Bram Stocker. Entretanto, recebeu diversos elogios quanto às técnicas utilizadas. Efeitos simples de animação, velas que acendem, fumaças que se movem e olhos que tudo vêem no meio do céu deram ao filme a sensação de nostalgia resgatada dos primórdios do cinema. as, sem dúvida o melhor deste filme está em seu cenário. Já desde o começo, nos damos conta de que não assistimos a uma trama convencional, senão quase um montagem teatral. cada cenário é apresentado de um ponto de vista frontal com planosgerais para poder cnhecer todos os detalhes.

Como motivo complementar, devo mencionar a importância da cor como valor simbólico. Neste sentido, o vermelho é uma das mais repetidas, em alguns casos evoca o caráter de morte, mas também o amor. Romântico como pode ser o vestido em Mina, ou luxurioso como no tom de cabelo de Lucy e na cor da camisola transparente, vista no encontro dela com o lobisomem.
Vermelho é também a armadura, que o príncipe Drakul usou no prólogo, símbolo do valor do guerreiro, e carmesim é o vestido quando se revela a Harker como um ancião. Além disso, vermelho é o símbolo da vida, "O sangue é vida", repete com insistência o vampiro ainda que seja uma vida maldita, de condenação eterna.
Outra das cores empregadas é o branco, tradicionalmente considerado um símbolo de pureza e bondade. Neste caso branco é o vestido de noiva com que vestem Lucy em sua cripta, convertendo-se em um improvisado uniforme do novo vampiro. O branco tem assim um caráter de morte, não de vida. A mesma cor veste o conde quando Mina decide abandoná-lo para voltar aos braços de Harker, o que desperta a ira do vampiro, precipitando os acontecimentos.
Também um símbolo de morte pode considerar-se o verde do vestido da princesa Elizabetha, ou em outro caso uma forma com de reconhecer o amor perdido, como o vestido verde azulado que Mina usa quando o conde a aborda nas ruas de Londres. Assim como as cores tem importância, também tem as sombras, utilizadas para representar momentos de grande crueldade como o massacre da batalha inicial, ou as sombras que habitam o castelo de Drácula, com especial relevância a sombra do conde que parece ter personalidade própria.

Tampouco deve esquecer-se o figurino, obra da japonesa Eiko Ishioka, destacando o caráoter exótico da indumentaria das noivas de Drácula, a riqueza das túnicas que usam alguns dos personagens, como por exemplo a que usa Drácula quando sai de seu caixão, a armadura do príncipe cuja aparência é similar a textura dos músculos, o que lhe dá a espécie de segunda pele; sem esquecer o impressionante vestido nupcial de exuberante e exótico colo. A música é outro dos pontos importantes, seu autor Woiciech Kilar, foi capaz de intercalar temas românticos como o que corresponde a relacão de Mina-Drácula, com motivos mais intensos que sobressaem aos ataques do vampiro e que em alguns casos aparecem ressaltados por uma inquietante voz feminina.
A todo o filme se deve dizer que é excelente “A love song for a vampire”, composta e interpretada por Annie Lenox que se pode escutar nos créditos finais. Em definitivo, “Drácula de Bram Stoker”, supôs uma aproximação da figura dos vampiros, onde a natureza animal destas criaturas convive com um romanticismo latente, presente na excelente historia de amor, que subjaz como tema central do filme. Uma proposta arriscada, mas de grande beleza visual, que vale a pena ser vista mais de una vez para poder captá-la em toda sua plenitude.

terça-feira, 17 de março de 2009

Comércio eletrônico em 2008 teve um crescimento de 39%


A compra e venda de produtos pela internet, o e-commerce, teve um
crescimento em 2008 de 39% em relação ao ano de 2007. Cerca de 13 milhões de brasileiros compraram pela rede mundial de computadores em 2008. Para Pedro Guasti, diretor geral da e-bit, empresa que fornece informações sobre esse tipo de mercado, o comércio eletrônico evoluirá ainda mais nos próximos anos.
Os números do aumento de consumo foram dados por meio de um relatório semestral disponibilizado pela empresa, o relatório Webshoppers, que analisa as mudanças de comportamento e preferências dos consumidores que compram pela internet.
Divulgado nesta terça-feira, dia 17, a 19ª edição do relatório vem mostrando que o volume de consumidores aumentou. Esse aumento é devido à participação da classe C nas compras on-line. As famílias com renda mensal de até três mil representam 60% dos novos compradores de 2008. O crescimento desta classe foi de 42%, cinco por cento a mais do que o ano de 2007.
Apenas no primeiro semestre de 2008 foi faturado R$ 3,8 bilhões, quase o valor total de todo o ano de 2006, R$ 4,4 bilhões. Os motivos para esta expansão do comércio é que muitos brasileiros fizeram compras desta maneira pela primeira vez. Também aqueles que já compraram e foram atendidos de forma adequada aumentaram a freqüência de compras.
O que atrai o consumidor são as vantagens em comprar sem precisar se locomover até as lojas tradicionais, a prática de preços mais baixos e o financiamento facilitado pelas empresas que oferecem o serviço.


Motivos do aumento e ranking de produtos


Segundo o relatório, os motivos da mudança do comportamento do consumidor que costuma comprar em lojas físicas são a inclusão digital, incentivada pelo governo Federal e a conveniência. Nos grandes centro o consumidor não perderá tempo no trânsito ou em filas, por exemplo. Em lugares afastados desses centros o consumidor poderá ter acesso a um produto que não é encontrado facilmente. Dessa forma, a web se torna uma vitrine mais completa, moderna, colorida e facilitadora.
A confiança dos consumidores também aumentou e fez com que eles comprassem cada vez mais, tornando o que a classe costuma chamar de “heavy users”, e indicassem a boa experiência a outras pessoas de seu convívio social.
Dentre os produtos mais consumidos, quem lidera o ranking são os livros, que respondem por 17% do total de compras. Já a categoria saúde e beleza cresceu duas posições em relação ao ano de 2007 e ficou em segundo lugar. Os produtos de informática perdeu um posto caindo para a terceira posição no ranking.
Lider em vendas em anos anteriores, os CDs e DVDs saíram de cena este ano não figurando entre os mais vendidos. Durante todo o ano eles representaram apenas cinco por cento do total do volume de vendas. O diretor da e-bit atribui isso a uma mudança do hábito de consumo. “A realidade é essa. Há um comportamento de compartilhamento entre os consumidores. A indústria deve criar novos modelos para ganhar dinheiro”, afirma Pedro Guasti.


Aumento do público feminino e satisfação


O perfil de e-consumidores também mudou. Ultrapassando o número de homens nesse mercado, as mulheres marcaram presença e agora respondem por mais da metade dos consumidores. Em compensação, o valor médio de compras ainda é inferior ao dos homens. Apesar da fama de gastar muito, elas compram em média R$ 272 reais contra R$ 375 dos homens.
Já o público mais experiente, com mais de 50 anos, também cresceu e representa 19% de todas as pessoas que consumiram pela internet no ano que passou. Fator que se deve à falta de familiaridade com a tecnologia e receio em informar dados pessoais.
Se o volume de compras aumentou é sinal de que o consumidor está satisfeito. Quanto mais comprar por meio de lojas virtuais mais o cliente se tornará exigente. Itens como entrega no prazo, qualidade do produto e do atendimento influem diretamente na opinião e no retorno deste cliente. Também conta a navegabilidade no site. O usuário tem de se sentir confortável e achar todos os atalhos facilmente. A mudança de “loja” neste ambiente é feita de forma muito rápida: basta um clique. E para o lojista esse clique significa uma venda perdida.

Expectativas


Com a inclusão digital, as classes mais baixas terá uma provável penetração no consumo virtual. Para as empresas com lojas tradicionais o e-commerce já é uma realidade.
Para 2009 a expectativa é de que esse mercado fature cerca de 10 bilhões de reais. No final do primeiro semestre, a consultoria espera a ultrapassagem da marca de 15 milhões de e-consumidores. Até o final do ano, a expectativa é de que este número chegue a 17,2 milhões de compradores. Ficar alheio a esse mercado emergente é perder um filão interessante e oportunidade de fazer bons negócios. Além disso, o comércio eletrônico é democrático e acessível a todas as classes sociais.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

O que é um Churrasco?



Na visão da mulher


O churrasco é a única coisa que um homem sabe cozinhar, e quando um homem se propõe
a realizá-lo, ocorre a seguinte cadeia de acontecimentos:


01 - A mulher vai ao supermercado comprar o que é necessário.
02 - A mulher prepara a salada, arroz, farofa, vinagrete e a sobremesa.
03 - A mulher tempera a carne e a coloca numa bandeja com os talheres necessários, enquanto o homem está deitado próximo à churrasqueira, bebendo uma cerveja.
04 - O homem coloca a carne no fogo.
05 - A mulher vai para dentro de casa para preparar a mesa e verificar o cozimento dos legumes. 06 - A mulher diz ao marido que a carne está queimando.
07 - O homem tira a carne do fogo.
08 - A mulher arranja os pratos e os põe na mesa.
09 - Após a refeição, a mulher traz a sobremesa e lava a louça.
10 - O homem pergunta à mulher se ela apreciou não ter que cozinhar e, diante do ar aborrecido da mulher, conclui que elas nunca estão satisfeitas. ...

Direito de resposta :

A visão do homem


01 - Nenhum churrasqueiro, em sã consciência, iria pedir à mulher para fazer as compras para um churrasco, pois ela iria trazer cerveja sem álcool, um monte de bifes, asas de frango e uma peça de picanha de 4,8 Kg que o açougueiro disse ser ‘Ótima’, pois não conseguiu empurrar para nenhum homem.
02 - Salada, arroz, farofa, vinagrete e a sobremesa, ela prepara só para as mulheres comerem.
Homem só come carne e toma cerveja.
03 - Bandeja com talheres? Só se for para elas. Homem que é homem come churrasco como tira-gosto e belisca com a mão, oras!
04 - Colocar a carne no fogo??? Tá louca??? A carne tem que ir para a grelha ou para um espeto
que, a propósito, tem que ser virado a toda hora.
05 - Legumes??? Como eu já disse, só as mulheres comem isso num churrasco.
06 - Carne queimando??? O homem só deixa a carne queimar quando a mulherada reclama: 'Não gosto de carne sangrando’; ‘Isto está muito cru’; ‘tá viva??’. Após a décima vez que você oferece o mesmo pedaço que estava ao ponto uma hora antes, elas acabam comendo a carne tão macia quanto o espeto e tão suculenta quanto um pedaço de carvão.
07 - Pratos? Só se for para elas mesmas!
08 - Sobremesa? Só se for mais uma cerveja.
09 - Lavar louça? Só usei meus dedos!!! (e limpei na bermuda).
Realmente, as mulheres nunca vão entender o que é um churrasco!!!

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Projeto Verão 2009 em Aracaju

Valeu:
- A estrutura do evento;
- Lenine e sua simpatia mesmo fora dos palcos;
- Manu Chao, quase três horas de muito suingue;
- Encontrar amigos que não via há muito;
- Autoridades reclamando do atraso dos cantores;
- Muita gente bonita;
- Plataforma de acesso aos cadeirantes;
- Muito Smirnoff Ice;
- Praia lotada todos os dias da festa;
- Murilinho!!! Amigão.

Não valeu:
- Atraso e descaso do Exaltasamba com quem contratou e com os fãs;
- Gente querendo mandar, mesmo fora do trabalho;
- Falta de policiamento depois que acabava os shows e ficava somente a tenda eletrônica. Eram duas brigas por segundo;
- Atraso de Charlie Brown Jr, mas a atenção a todos que os procuravam acabou compensando;
- Algumas patys que pensavam ser as rainhas da praia com suas maquiagens carregadas e suas caras e bocas.
- Seguranças barrando jornalistas dentro da área reservada para a imprensa e convidados;
- Comenda à contribuição sergipana? Qual contribuição? Perdi alguma coisa?


Até ano que vem...

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Kane e o mistério de Rosebud

“...isto é verdade?”.
A pergunta pequenina parece dizer algo não só sobre o começo, mas sobre o filme como um todo, sobre a história que passa na tela como se fosse um texto de rádio comentado pela imagem. Imagem que ora se apaga para que apareça apenas a palavra e ora se ilumina para apagar a palavra ou descobri-la onde ela se esconde. Como se não quisesse aparecer nunca. Gravada na madeira de um trenó atirado ao fogo; no papel ainda na máquina de escrever da redação do Inquirer. E, principalmente, imagem que desde o começo pega a palavra para sugerir que é proibido ir além da forma imediatamente visível. Que não convém acreditar em tudo o que se vê no cinema. Na porta de entrada do filme, o aviso (no portão do castelo Xanadu) advertindo: No trespassing. Como a dizer que é exatamente um filme e para o expectador fique do lado de fora. Observando.
O filme tem início com a morte do milionário, jornalista Charles Kane, que em seu leito de morte pronuncia sua última palavra: “Rosebud”. A partir daí, a mídia especula se tal palavra teria um sentido muito importante na vida do magnata, justamente por ser sua última palavra. Com essa busca o espectador conhece a vida de Kane através dos fragmentos de momentos de sua história contados por meio de relatos dos velhos conhecidos da vida de Kane. Temos notícia então de sua vida desde a infância, quando morava com sua mãe em um humilde pensionato no interior, até seus últimos momentos em sua luxuosa e opulenta mansão.
Sua vida muda quando sua mãe recebe uma mina cheia de ouro e ele é educado por um grupo de empresários, que o moldam para a vida pública dos magnatas do poder. Ainda jovem, Kane compra um jornal e passa a se tornar um jornalista implacável e impetuoso. Sua vida se torna recheada de jogos de interesse, luxo e fama. Em sua velhice, Kane constrói para si uma enorme e esplendorosa mansão, batizada de Xanadu. Em homenagem à mítica cidade asiática, conhecida como a capital do prazer. É lá que, isolado de tudo e de todos, morre. Rosebud é revelado somente nos últimos segundos do filme, o que leva à reflexão não durante, mas após o término do filme. Rosebud é a motivação que o fez tornar-se do jeito que ele era. Um traço redentor nas motivações, atitudes e reações de Kane tornando-o uma figura humana e digna de compreensão. Rosebud é o coadjuvante de Orson Welles.
A pergunta é: O que passara pela mente de um homem como Charles Kane, que teve tudo em sua vida, para pronunciar uma única palavra, tão misteriosa, em seu leito de morte? Nenhum dos seus amigos íntimos ouviu em toda sua vida esta palavra, e não fazem a menor idéia do que isto possa significar. Toda a vida de Kane é passada diante dos olhos do espectador e com isso, em toda sua vida pública, repleta de escândalos e luxo, em nenhum momento é demonstrado claramente quem ou o quê é Rosebud e seu significado na vida do magnata. A cena final é, na verdade, a cena principal do filme. Kane está morto, extinto, e seus objetos particulares também. Quando o espectador assiste, impotente, à queima do trenó, onde está a chave de todo o mistério ao redor do qual a trama gira, percebe que não só ninguém descobrirá jamais o significado da última polêmica do magnata, como também que Rosebud é extinto junto com o personagem. A vida de Kane se foi por completo. E Rosebud também.
Deste modo, Welles faz com que o espectador seja o grande privilegiado, porque só este descobre o verdadeiro sentido da vida de Kane. Enquanto ninguém na trama jamais descobrirá. Isso também significa que é preciso estar fora da história para compreendê-la por completo. A vida só ganha sentido após a morte. Não para as personagens, e sim para o espectador, que é o único a ser totalmente excluído da trama, e é por isso que ele está privilegiado.
A maneira como Welles conta sua história pode ter seu lugar na literatura ou no palco. O mistério da palavra que só aparece o significado no final. Os recursos literários das descrições como na apresentação de Xanadu e a maneira como a morte de Kane, que era um editor de jornais, foi tratada no filme. Através de um ângulo jornalístico, por meio de flashes curtos e fragmentados. E também nos longos planos-seqüência de Cidadão Kane. Um pouco de teatro – na medida em que os atores conduzem a ação em continuidade, mais ou menos como se estivessem no palco, e em que a câmera convida o espectador a ver um espaço cênico determinado, a olhar de fora.
Welles inverte a questão que vigorava à época de que o cinema sonoro deveria ser pensado como o filme mudo acrescido de som. Ele pensa o cinema sonoro como o rádio acrescido de imagem. E para confirmar isto a sequência onde o repórter sai em busca de Rosebud, e telefona para o chefe depois de tentar, sem sucesso, um depoimento de Susan Alexander.
Dos elementos estéticos do filme é perceptível a cenografia que ajuda os movimentos e mis-em-cene de cada personagem, como se nada estivesse fora do lugar e os objetos nunca desviam a atenção. Até o cenário do castelo nos faz perguntar se existe mesmo ou se foi construído para as cenas. Everest Sloane, como Bernstein, retrata bem a simplicidade humana. A iluminação e a fotografia, embora o filme seja em preto e branco, complementa e acentua a narrativa. A câmera, fixa, vê com boa definição o que está bem perto e o que está afastado dela. A porta da cabine divide a imagem em três áreas verticais: na esquerda, lá longe, Susan meio embriagada, debruçada sobre a mesa do bar; no centro, de pé perto da cabine, um garçom; no canto à direita, ao telefone, o repórter. O personagem que fala é o que menos aparece em cena: está na sombra meio fora de quadro. E os personagens que melhor aparecem não falam nem se movem. O olho do espectador, então, quase não tem o que ver: escuta.
O que importa é prender a atenção do espectador na aparência primeira: na tensão entre a ilusão de realidade que vem da imagem do cinema e a realidade de ilusão que ela de fato é; na tensão entre o acreditar sugerido pelo sentimento e o não acreditar em tudo o que vê sugerido pela razão; na tensão entre a ficção como mentira livremente inventada ou como cine-jornal preso à reconstituição da verdade

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Enfermaria Pediátrica do Hospital Fernando Franco completa três meses de funcionamento

"Meu sobrinho estava com uma infecção na garganta e no ouvido e precisou ficar internado aqui. Gostei muito do tratamento dos pediatras e enfermeiras. Sempre que ele precisar ficar internado pedirei para que seja neste hospital", afirmou Géssica Batista, ao lado do sobrinho de 10 anos, na porta da Enfermaria Pediátrica do Hospital Municipal da Zona Sul Fernando Franco, localizado no conjunto Augusto Franco, bairro Farolândia.
A enfermaria pediátrica para internamento no Hospital Zona Sul foi aberta pela Prefeitura Municipal de Aracaju (PMA) no dia 06 de outubro de 2008. Durante estes 90 dias, o serviço recebeu uma média de 120 crianças por mês. A abertura desta unidade objetivou otimizar a estrutura do setor hospitalar do Sistema Único de Saúde (SUS) municipal na assistência ao atendimento às crianças.
O espaço é arejado e os leitos e enfermarias receberam nomes que remetem à natureza, como as cores do arco-íris, de flores e de sentimentos. "Diferente do padrão de serviço hospitalar, procuramos criar um clima mais acolhedor e harmônico para humanizar o atendimento às crianças e o resultado tem sido satisfatório", explica a coordenadora da enfermaria pediátrica, Elany Bittencourt.
Estrutura
A unidade é composta de três enfermarias e 22 leitos para crianças de diferentes faixas etárias. A enfermaria Jardim possui oito leitos com nomes de flores, como violeta e lírio, para bebês entre zero e um ano de idade. Na enfermaria Arco-íris ficam sete leitos para crianças entre dois e cinco anos. Já a enfermaria Emoções possui sete leitos para crianças na faixa etária entre seis e 12 anos.
Os médicos se revezam na assistência presencial de no mínimo 12 horas por dia e, durante a noite, ficam de sobreaviso. Estão trabalhando os pediatras-diarista Elany Bittencourt (supervidora), Juliana Teixeira, Helena Veiga, Enaldo Vieira e Halley Ferrari. Tem também uma enfermeira e uma auxiliar para cada cinco crianças. Os casos mais freqüentes de internamento são as doenças relativas ao aparelho respiratório e diarréias.
Brinquedoteca
Os profissionais da enfermaria pediátrica também promovem ações educativas em saúde infantil para os acompanhantes e orientam quanto à necessidade de hidratação, uso de mamadeira e suplementação de ferro para os casos de anemia devido ao desmame precoce. "Essas orientações absorvias pelas mães possibilitam que o bebê seja amamentado até a fase de comer alimentos mais sólidos", lembra Elany Bittencourt. Para potencializar a humanização no atendimento das enfermarias pediátricas, será instalada ainda este semestre uma brinquedoteca no Hospital Zona Sul.
Urgência em pediatria
É importante ressaltar que o atendimento de urgência em pediatria continua centralizado no Hospital Municipal de Zona Norte Nestor Piva. "Havendo necessidade de internamento hospitalar, a criança será referenciada para o Hospital Zona Sul e o contato será feito diretamente entre os profissionais dos dois hospitais", informa o coordenador da Rede de Urgência e Emergência, Marcos Fonseca.
Histórico
Fundado em março de 2006, o Hospital Municipal de Zona Sul Fernando Franco é um hospital de pequeno porte, criado para atender fundamentalmente ao setor de urgência e emergência para a população da Zona Sul e referenciado para os moradores da Zona de Expansão de Aracaju. Diariamente, é responsável por uma média de 150 atendimentos.
Atualmente, o hospital realiza exames complementares, consultas médicas de urgência e emergência e disponibiliza salas para observação clínica, salas de estabilização para casos de pacientes graves e agora enfermarias de pediatria/internamento. Em toda a unidade, os espaços são climatizados, amplos e arejados e respeitam a padronização do Projeto Saúde e Cidadania da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

LARANJA MECÂNICA: DO ESPETÁCULO DE HORROR AO EXCELENTE

Horrorshow: espetáculo de horror em inglês. Horosh: excelente em russo.
Parônimos com palavras de idiomas diferentes, com significados diferentes e que dão toda a tônica do filme Laranja Mecânica de Stanley Kubrick.
O filme rodado em 1971 foi teve sua exibição proibida na Inglaterra pelo próprio Kubrick que recolheu todas as cópias e também foi proibido em diversos países até a década de 90 devido à brutalidade que veiculava. É uma produção considerada mainstream apesar de ter custado apenas 2 milhões de dólares.
Através dos elementos estéticos, a emoção da cena que está na tela é transmitida por meio do enquadramento da câmera passando através dos cenários – característicos de Kubrick. O ator principal, Malcolm McDowell, mesmo ator de Calígula, aqui com sua melhor interpretação, personifica toda a violência intrínseca ao ser humano através de seu olhar azul e amedrontador. É o relato das “aventuras de um jovem cujas principais inclinações são a violência, a violação e Beethoven” conforme a campanha publicitária do próprio filme.
Violência urbana e violência física banalizadas como uma representação teatral com movimentos estudados e sincronizados com a música que vai num crescendo até o momento em que Alex e seus drugues percorrem a estrada. Um mundo onde o caos e as sombras parecem imperar num espaço temporal inconstante apesar de o filme ser linear. Por vezes a passagem do tempo é feita em dias, outras percebe-se que alguns anos se passaram, como a cena em que ele foi preso e logo segue para ele dentro da prisão totalmente afeito à rotina, mas o espectador não sente quebrar suas expectativas.
O cenário e os objetos de cena também merecem particular atenção por estarem sempre presentes corpos nus e imagens fálicas demonstrando que o sexo, a força e o poder têm muita importância para o personagem central. Até em seu quarto ele possui estatuetas de um Cristo nu com os braços erguidos em punho abaixo de um quadro com uma mulher nua de pernas abertas e Basil, sua cobra de estimação, aparece como que adentrado essa mesma imagem. Detalhe digno de nota é que Kubrick só decidiu colocar o réptil como personagem após saber o medo que McDowell sentia pela espécie.
A narrativa do anti-herói, contada por ele mesmo, desde o início mostra o seu egocentrismo ao contar que ama a violência, o sexo e a música clássica representada por Beethoven a quem ele chama de Ludwig van e os efeitos que a 9ª sinfonia causa em sua mente. Alex consegue se transformar ao longo da narrativa de algoz para vítima.. Consegue isso mostrando os sofrimentos a que se submeteu voluntariamente para sair dela. Algoz dos mais fracos e vítima do Estado para manutenção do status quo.

O filme pode ser dividido em três partes: a primeira até Alex ser traído pelos seus companheiros e capturado pela polícia, a segunda quando Alex se submete ao Tratamento Ludovico para se livrar da prisão e extermínio de toda a violência dentro de si próprio e torna-se vítima de suas vítimas num paradoxo que vai de encontro à sua própria personalidade e a última quando tenta se suicidar, o que cria um aparente (e falso) final. A partir daí, tudo o que nos foi mostrado antes acaba por ser profundamente alterado: a personalidade violenta de Alex volta a manifestar-se.
A trilha sonora do filme é o elemento que rege o roteiro que foi baseado no livro homônimo de Anthony Burgess, aliás, o vocabulário utilizado no filme, um dialeto misturado de russo e gírias, foi todo tirado do livro, embora no filme não seja usada nem metade das palavras. O figurino e o design dos móveis e a decoração onde são rodadas as cenas é que dão o ar futurístico, mas mesmo dentro desses ambientes encontram-se conceitos estéticos existentes à época em que foi rodado, como o psicodelismo da pintura das paredes e as cores vibrantes.
Em contraste com todo esse ambiente futurístico-psicodélico seu figurino e o de seus amigos são brancos retratando a ambigüidade de seu ser. Alex se vê como puro como um mártir.
É perceptível mais uma vez a mudança de Alex, o ex-líder de gang tornou-se oportunista, aprendeu a direcionar sua sexualidade e agressividade. Seu sorriso hipócrita nos diz que ele continua o mesmo, capaz de cometer as mesmas atrocidades, apenas que agora o fará de modo a ser aceito na sociedade.
Ultraviolência é a palavra que marca todo o filme. Violência física, violência moral, violência institucional, auto-violência. Uma dubiedade presente e marcante até na colocação da palavra horrorshow que, para Alex, tanto pode significar um espetáculo de horror quanto excelente.

sábado, 10 de janeiro de 2009

UM MERCADO PARA JUNIORES




Um novo segmento de mercado vem crescendo em Sergipe. São as empresas juniores. Na Universidade Federal de Sergipe (UFS), existem várias e dentre elas se destacam a Softeam, de computação, a Coplag, de agronomia e a EJAUFS de administração. Os objetivos principais dessas empresas são aliar técnica à teoria e ajudar a inserir os alunos participantes no mercado de trabalho.

A empresa Junior é uma associação civil sem fins lucrativos, portanto, parte do terceiro setor. É formada apenas por alunos do ensino superior sob a coordenação de professores. A remuneração é feita principalmente através de cursos de capacitação dos participantes e reinvestida na própria empresa.

Histórico no Brasil

Existem mais de 600 Empresas Juniores no País, mapeadas em mais de 200 Instituições de Ensino Superior em todos os Estados Brasileiros e Distrito Federal. Em São Paulo, foram registradas 200 empresas juniores, 25% de todas catolagas em território nacional.

No ano de 2003, as Empresas Juniores Confederadas à Brasil Junior alcançaram um faturamento de R$ 4,5 milhões, ao passo que as Empresas Juniores Federadas à FEJESP obtiveram, só elas, um faturamento de R$ 1,3 milhões, aproximadamente, 30% de todo o faturamento nacional.

Mais de 50% das Empresas Juniores são nas áreas de humanas, com destaque para os cursos de Administração, Economia e Contabilidade. Quase 30%, são EJs da área de exatas, na qual destacam-se os cursos de engenharia. 10% das EJs são da área de biológicas e outros 10% são multidisciplinares. Em torno de 60% das Empresas Juniores são provenientes de IES públicas.

As Empresas Juniores tem idade média de 05 anos e é em São Paulo onde estão as Empresas Juniores mais antigas do MEJ brasileiro, as pioneiras. Quase 90% das EJ’s foram fundadas pela iniciativa dos próprios alunos da IES, enquanto 5% de iniciativa de professores ou diretores da IES. São estimados 2000 projetos de consultoria, principalmente para Micro e Pequenas Empresas, desenvolvidos a cada ano pelas Empresas Juniores. Cada Empresa Júnior envolve em média 25 universitários, levando à estimativa de quase 15.000 empresários juniores.

Um futuro promissor em Sergipe

Com dez anos de atuação no segmento e alta concorrência para entrar quando abrem vagas, os alunos passam por seleção e entrevistas para definição do perfil profissional do candidato. Elissandro Messias e Jesse Fernandes, da Softeam, estão satisfeitos e confirmam que a maior vantagem é o aprendizado prático com a coordenação e incentivo dos professores. “O foco é exatamente o conhecimento de como atuar no mercado de trabalho”, diz Jesse Freitas.

A forma de prestação dos serviços da empresa Junior é o mesmo de qualquer empresa que atua no mercado comercial, por meio de contrato e também processos de licitação. Aliás, outro motivo desse mercado estar em expansão é que, como não pagam impostos e não possuem fins lucrativos, os preços são bem mais baixos que o cobrado pelas empresas normais. A Associação Comercial e Empresarial do Estado de Sergipe (ACESE), não vê problema nenhum em ter os membros dessas empresas como concorrentes e pensam ser positiva essa concorrência. “Uma ótima maneira de inserção no comércio. E quando saírem da universidade teremos jovens empreendedores mais competentes no mercado”, diz o membro do conselho deliberativo dessa associação, Everton Teixeira.

A Coplag que atua na área de agronomia, tem em seu mix de serviços a criação e implantação de projetos de consultoria ou assessoria, palestras, seminários, cursos ou qualquer outra atividade do setor agropecuário e agro-industrial no Estado de Sergipe. Também pretende ampliar seu campo de atuação para os demais Estados da Federação e possui bastante destaque em processos de licitação. Entre seus parceiros estão a Embrapa e o Banco do Nordeste. O diretor de marketing da empresa, Tiê Prata, conta que os motivos do sucesso entre estas parcerias são a dedicação exclusiva dos sócios aos trabalhos e a qualidade dos serviços prestados. “Nossos parceiros sabem que terão um bom resultado final, porque nós, estudantes, queremos colocar em prática aquilo que estudamos. Por isso nos dedicaremos o máximo possível para que tudo saia bem.”

Atuando na área de administração, o serviço mais procurado pela EJAUFS é o de pesquisa em diversas áreas, mas também oferece serviços de consultoria à micro e pequenas empresas. Com o aprendizado prático garantido e conhecimento da área onde atuarão, os alunos que ingressam nas empresas juniores de sua área possuem um diferencial na hora da contratação. Quando saírem da universidade terão mais oportunidades para mostrar o aprimoramento e a proatividade pelo qual passaram no trabalho junior. É esperar para ver o que o futuro desses jovens lhes reserva.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Crônica de um casamento infeliz

Bia é daqueles tipos de pessoas que estão sempre dispostas a tudo. Os amigos podem sempre contar com sua ajuda e ela tem sempre uma opinião. Mas se não estiver disposto a ouvir algo que não queira, não peça! Ela nunca teve muito jogo de cintura pra agradar as pessoas. Agradar não é o forte de Bia.
Apesar disso ela é uma mulher forte. Já está em seu segundo casamento. E casou apenas porque estava cansada de dormir todos os dias com homens diferentes e não ter com quem compartilhar sua vida.
Casou a primeira vez e dormia todos os dias com o mesmo homem, mas continuou a não ter ninguém com quem compartilhar a vida. Casou a segunda vez e continuou com o mesmo problema.
Ela continua casada. Apenas porque gosta de dormir com a mesma pessoa todos os dias. Não sei porque Bia continua casada. Ela e seu marido gostam de coisas diferentes e, como ela mesma costuma dizer: "levam vidas paralelas".
Bia tem seus casinhos extraconjugais. Aquele friozinho na barriga que só os apaixonados possuem é que faz ela sorrir sozinha quando lembra das palavras doces que ouve de seus "namoradinhos". Nem sempre as palavras são doces, às vezes são sacanagens mesmo, mas ela adora ouvir.
O problema é que os casinhos acabam cansando e virando rotina. Daí ela bota o carinha de molho. Não dispensa. Afinal, nunca sabe quando poderá precisar dele novamente.
Ela não é infeliz. Pelo contrário. Está sempre sorrindo. Só os seus relacionamentos é que são infelizes. Mas ela consegue viver desse jeito. Estes dias chegou à conclusão de que não casará pela terceira vez. Que seus problemas de relacionamento e solidão acabarão se morar junto com um amigo.
Amigo é melhor que marido. Dividirão tudo. Casa, comida, despesas, problemas. Até a cama. Farão sexo eventualmente. Dormirão juntos todos os dias. Brigarão também vez ou outra.
Com um amigo ela poderá compartilhar sua vida e dormir junto com a mesma pessoa todos os dias.