Páginas

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

LARANJA MECÂNICA: DO ESPETÁCULO DE HORROR AO EXCELENTE

Horrorshow: espetáculo de horror em inglês. Horosh: excelente em russo.
Parônimos com palavras de idiomas diferentes, com significados diferentes e que dão toda a tônica do filme Laranja Mecânica de Stanley Kubrick.
O filme rodado em 1971 foi teve sua exibição proibida na Inglaterra pelo próprio Kubrick que recolheu todas as cópias e também foi proibido em diversos países até a década de 90 devido à brutalidade que veiculava. É uma produção considerada mainstream apesar de ter custado apenas 2 milhões de dólares.
Através dos elementos estéticos, a emoção da cena que está na tela é transmitida por meio do enquadramento da câmera passando através dos cenários – característicos de Kubrick. O ator principal, Malcolm McDowell, mesmo ator de Calígula, aqui com sua melhor interpretação, personifica toda a violência intrínseca ao ser humano através de seu olhar azul e amedrontador. É o relato das “aventuras de um jovem cujas principais inclinações são a violência, a violação e Beethoven” conforme a campanha publicitária do próprio filme.
Violência urbana e violência física banalizadas como uma representação teatral com movimentos estudados e sincronizados com a música que vai num crescendo até o momento em que Alex e seus drugues percorrem a estrada. Um mundo onde o caos e as sombras parecem imperar num espaço temporal inconstante apesar de o filme ser linear. Por vezes a passagem do tempo é feita em dias, outras percebe-se que alguns anos se passaram, como a cena em que ele foi preso e logo segue para ele dentro da prisão totalmente afeito à rotina, mas o espectador não sente quebrar suas expectativas.
O cenário e os objetos de cena também merecem particular atenção por estarem sempre presentes corpos nus e imagens fálicas demonstrando que o sexo, a força e o poder têm muita importância para o personagem central. Até em seu quarto ele possui estatuetas de um Cristo nu com os braços erguidos em punho abaixo de um quadro com uma mulher nua de pernas abertas e Basil, sua cobra de estimação, aparece como que adentrado essa mesma imagem. Detalhe digno de nota é que Kubrick só decidiu colocar o réptil como personagem após saber o medo que McDowell sentia pela espécie.
A narrativa do anti-herói, contada por ele mesmo, desde o início mostra o seu egocentrismo ao contar que ama a violência, o sexo e a música clássica representada por Beethoven a quem ele chama de Ludwig van e os efeitos que a 9ª sinfonia causa em sua mente. Alex consegue se transformar ao longo da narrativa de algoz para vítima.. Consegue isso mostrando os sofrimentos a que se submeteu voluntariamente para sair dela. Algoz dos mais fracos e vítima do Estado para manutenção do status quo.

O filme pode ser dividido em três partes: a primeira até Alex ser traído pelos seus companheiros e capturado pela polícia, a segunda quando Alex se submete ao Tratamento Ludovico para se livrar da prisão e extermínio de toda a violência dentro de si próprio e torna-se vítima de suas vítimas num paradoxo que vai de encontro à sua própria personalidade e a última quando tenta se suicidar, o que cria um aparente (e falso) final. A partir daí, tudo o que nos foi mostrado antes acaba por ser profundamente alterado: a personalidade violenta de Alex volta a manifestar-se.
A trilha sonora do filme é o elemento que rege o roteiro que foi baseado no livro homônimo de Anthony Burgess, aliás, o vocabulário utilizado no filme, um dialeto misturado de russo e gírias, foi todo tirado do livro, embora no filme não seja usada nem metade das palavras. O figurino e o design dos móveis e a decoração onde são rodadas as cenas é que dão o ar futurístico, mas mesmo dentro desses ambientes encontram-se conceitos estéticos existentes à época em que foi rodado, como o psicodelismo da pintura das paredes e as cores vibrantes.
Em contraste com todo esse ambiente futurístico-psicodélico seu figurino e o de seus amigos são brancos retratando a ambigüidade de seu ser. Alex se vê como puro como um mártir.
É perceptível mais uma vez a mudança de Alex, o ex-líder de gang tornou-se oportunista, aprendeu a direcionar sua sexualidade e agressividade. Seu sorriso hipócrita nos diz que ele continua o mesmo, capaz de cometer as mesmas atrocidades, apenas que agora o fará de modo a ser aceito na sociedade.
Ultraviolência é a palavra que marca todo o filme. Violência física, violência moral, violência institucional, auto-violência. Uma dubiedade presente e marcante até na colocação da palavra horrorshow que, para Alex, tanto pode significar um espetáculo de horror quanto excelente.

sábado, 10 de janeiro de 2009

UM MERCADO PARA JUNIORES




Um novo segmento de mercado vem crescendo em Sergipe. São as empresas juniores. Na Universidade Federal de Sergipe (UFS), existem várias e dentre elas se destacam a Softeam, de computação, a Coplag, de agronomia e a EJAUFS de administração. Os objetivos principais dessas empresas são aliar técnica à teoria e ajudar a inserir os alunos participantes no mercado de trabalho.

A empresa Junior é uma associação civil sem fins lucrativos, portanto, parte do terceiro setor. É formada apenas por alunos do ensino superior sob a coordenação de professores. A remuneração é feita principalmente através de cursos de capacitação dos participantes e reinvestida na própria empresa.

Histórico no Brasil

Existem mais de 600 Empresas Juniores no País, mapeadas em mais de 200 Instituições de Ensino Superior em todos os Estados Brasileiros e Distrito Federal. Em São Paulo, foram registradas 200 empresas juniores, 25% de todas catolagas em território nacional.

No ano de 2003, as Empresas Juniores Confederadas à Brasil Junior alcançaram um faturamento de R$ 4,5 milhões, ao passo que as Empresas Juniores Federadas à FEJESP obtiveram, só elas, um faturamento de R$ 1,3 milhões, aproximadamente, 30% de todo o faturamento nacional.

Mais de 50% das Empresas Juniores são nas áreas de humanas, com destaque para os cursos de Administração, Economia e Contabilidade. Quase 30%, são EJs da área de exatas, na qual destacam-se os cursos de engenharia. 10% das EJs são da área de biológicas e outros 10% são multidisciplinares. Em torno de 60% das Empresas Juniores são provenientes de IES públicas.

As Empresas Juniores tem idade média de 05 anos e é em São Paulo onde estão as Empresas Juniores mais antigas do MEJ brasileiro, as pioneiras. Quase 90% das EJ’s foram fundadas pela iniciativa dos próprios alunos da IES, enquanto 5% de iniciativa de professores ou diretores da IES. São estimados 2000 projetos de consultoria, principalmente para Micro e Pequenas Empresas, desenvolvidos a cada ano pelas Empresas Juniores. Cada Empresa Júnior envolve em média 25 universitários, levando à estimativa de quase 15.000 empresários juniores.

Um futuro promissor em Sergipe

Com dez anos de atuação no segmento e alta concorrência para entrar quando abrem vagas, os alunos passam por seleção e entrevistas para definição do perfil profissional do candidato. Elissandro Messias e Jesse Fernandes, da Softeam, estão satisfeitos e confirmam que a maior vantagem é o aprendizado prático com a coordenação e incentivo dos professores. “O foco é exatamente o conhecimento de como atuar no mercado de trabalho”, diz Jesse Freitas.

A forma de prestação dos serviços da empresa Junior é o mesmo de qualquer empresa que atua no mercado comercial, por meio de contrato e também processos de licitação. Aliás, outro motivo desse mercado estar em expansão é que, como não pagam impostos e não possuem fins lucrativos, os preços são bem mais baixos que o cobrado pelas empresas normais. A Associação Comercial e Empresarial do Estado de Sergipe (ACESE), não vê problema nenhum em ter os membros dessas empresas como concorrentes e pensam ser positiva essa concorrência. “Uma ótima maneira de inserção no comércio. E quando saírem da universidade teremos jovens empreendedores mais competentes no mercado”, diz o membro do conselho deliberativo dessa associação, Everton Teixeira.

A Coplag que atua na área de agronomia, tem em seu mix de serviços a criação e implantação de projetos de consultoria ou assessoria, palestras, seminários, cursos ou qualquer outra atividade do setor agropecuário e agro-industrial no Estado de Sergipe. Também pretende ampliar seu campo de atuação para os demais Estados da Federação e possui bastante destaque em processos de licitação. Entre seus parceiros estão a Embrapa e o Banco do Nordeste. O diretor de marketing da empresa, Tiê Prata, conta que os motivos do sucesso entre estas parcerias são a dedicação exclusiva dos sócios aos trabalhos e a qualidade dos serviços prestados. “Nossos parceiros sabem que terão um bom resultado final, porque nós, estudantes, queremos colocar em prática aquilo que estudamos. Por isso nos dedicaremos o máximo possível para que tudo saia bem.”

Atuando na área de administração, o serviço mais procurado pela EJAUFS é o de pesquisa em diversas áreas, mas também oferece serviços de consultoria à micro e pequenas empresas. Com o aprendizado prático garantido e conhecimento da área onde atuarão, os alunos que ingressam nas empresas juniores de sua área possuem um diferencial na hora da contratação. Quando saírem da universidade terão mais oportunidades para mostrar o aprimoramento e a proatividade pelo qual passaram no trabalho junior. É esperar para ver o que o futuro desses jovens lhes reserva.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Crônica de um casamento infeliz

Bia é daqueles tipos de pessoas que estão sempre dispostas a tudo. Os amigos podem sempre contar com sua ajuda e ela tem sempre uma opinião. Mas se não estiver disposto a ouvir algo que não queira, não peça! Ela nunca teve muito jogo de cintura pra agradar as pessoas. Agradar não é o forte de Bia.
Apesar disso ela é uma mulher forte. Já está em seu segundo casamento. E casou apenas porque estava cansada de dormir todos os dias com homens diferentes e não ter com quem compartilhar sua vida.
Casou a primeira vez e dormia todos os dias com o mesmo homem, mas continuou a não ter ninguém com quem compartilhar a vida. Casou a segunda vez e continuou com o mesmo problema.
Ela continua casada. Apenas porque gosta de dormir com a mesma pessoa todos os dias. Não sei porque Bia continua casada. Ela e seu marido gostam de coisas diferentes e, como ela mesma costuma dizer: "levam vidas paralelas".
Bia tem seus casinhos extraconjugais. Aquele friozinho na barriga que só os apaixonados possuem é que faz ela sorrir sozinha quando lembra das palavras doces que ouve de seus "namoradinhos". Nem sempre as palavras são doces, às vezes são sacanagens mesmo, mas ela adora ouvir.
O problema é que os casinhos acabam cansando e virando rotina. Daí ela bota o carinha de molho. Não dispensa. Afinal, nunca sabe quando poderá precisar dele novamente.
Ela não é infeliz. Pelo contrário. Está sempre sorrindo. Só os seus relacionamentos é que são infelizes. Mas ela consegue viver desse jeito. Estes dias chegou à conclusão de que não casará pela terceira vez. Que seus problemas de relacionamento e solidão acabarão se morar junto com um amigo.
Amigo é melhor que marido. Dividirão tudo. Casa, comida, despesas, problemas. Até a cama. Farão sexo eventualmente. Dormirão juntos todos os dias. Brigarão também vez ou outra.
Com um amigo ela poderá compartilhar sua vida e dormir junto com a mesma pessoa todos os dias.