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domingo, 12 de junho de 2011

Resposta a estudante Bárbara Souza

Este texto foi escrito e enviado ao jornalista Cláudio Nunes para que fosse publicado em seu blog na Infonet. Como me senti particularmente ofendida, e este é o meu espaço, resolvi publicar aqui também.

Caro, Cláudio Nunes é em respeito à sua coluna e ao jornalista que você é, que me senti no dever de escrever um texto em resposta a essa estudante Bárbara Souza em suas acusações ao movimento Chega de Migalhas.  Para melhor organização de minhas idéias responderei por pontos:
a) os verdadeiros interesses dos grupos que se camuflam "na defesa dos interesses estudantis".Tenho suas falas gravadas, sempre as mesmas. "Não vamos ficar parados pessoal" Até quando vamos aceitar isso?", e por aí vai.
Que verdadeiros interesses são estes que ela supõe além da real melhor estrutura para o curso, e que ela mesma aponta algumas das deficiências. Se as falas estão gravadas e são sempre as mesmas é pelo simples motivo de que há 04 anos, desde que entrei na Universidade, os problemas são os mesmos e que vem piorando a cada período. E não ficamos parados, realmente! Não aceitamos o que nos era imposto e, sim, ocupamos a reitoria, pois o reitor nunca se dignou a nos atender em pregressas reivindicações. Em 2009 entregamos, em mãos, um documento ao vice-reitor, Ângelo Antoniolli, apontando os problemas que tínhamso já naquela época e este nos “prometeu” uma audiência com o reitor. Audiência esta que nunca aconteceu, senão menos de 24h após a ocupação.  E para isso existem fotos comprovando o ato.
b) O "famoso" Doug se acha mesmo muito esperto, falando um monte de besteira. Mas, besta mesmo é quem se deixa ser usado como a colega diz, como massa de manobra. A ocupação na reitoria seria uma verdadeira luta, se estivesse sendo liderada por estudantes com único e verdadeiro interesse na melhoria do curso de comunicação social.
Em resposta a isso tenho que defender Doug, apesar de existir entre nós diversas divergências ideológicas. Famoso ou corajoso? Penso que ela errou na adjetivação. Doug ou Vinícius é um dos que mais lutaram pela melhoria do nosso curso. O que ela considera “ser esperto”? Baixar a cabeça e engolir as migalhas que nos eram servidas junto com a luta por refrigerante no Resun feita pelo DCE da UFS? Muito importante e salutar lutas como essa. Realmente melhorará a estrutura da universidade como um todo.
Agora, digo, a ocupação da reitoria foi um verdadeira luta, nela não houve líderes, mas pessoas unidas com um mesmo interesse. Estudantes que iam dormir às 2h da madrugada e acordavam às 6h para dar início às atividades do dia. Que se reuniam em busca de uma melhor solução para as nossas situações. Gente que perdeu trabalho, aula, deixou a família em casa para se dedicar a uma causa em que acreditavam. E que, graças a essa coesão e solidariedade, não só dos estudantes do curso de comunicação, mas a de diversos estudantes dos outros cursos problemáticos dentro da Universidade e de pessoas e entidades de toda a sociedade, saiu vitoriosa.  Vitória esta que ultrapassou o campo da comunicação, pois a Universidade ficou responsável de fazer injunções ao MEC para rever a forma de contratação de docentes, conforme você poderá ler na ata da reunião com o MPF.
c) Nos falta laboratório, a rádio não tem nada de comunitária, nosso jornal impresso é semestral!!Dependemos dos equipamentos do CESAD, que claro, tem a prioridade. Não me envolvo nestas reivindicações falsas dos grêmios estudantis, sempre me foi muito óbvio a participação de determinados partidos políticos.
Ora, aqui ela própria elenca alguns problemas, mesmo com algumas distorções, mostrando como ela está a par do que acontece em seu próprio curso. Primeiro a rádio não é comunitária, mas universitária e educativa e o nosso jornal laboratório não é semestral, mas trimestral, mas como ela poderia saber disso, se ela não freqüenta as aulas, não é mesmo? Talvez ela nunca tenha se envolvido em lutas de grêmios estudantis, pois estes ela deixou para trás quando saiu do ensino médio, mas mais uma vez reforço, como ela poderia saber disso, se nunca foi a uma reunião sequer do Diretório Acadêmico? Com relação à participação de partidos políticos, ela está equivocada. Não houve a participação de nenhum deles, porém havia lá estudantes de diversos, inclusive muitos deles nos enviaram moções de apoio, como o PT por meio da JPT. Eu mesma, embora não militante, sou filiada há dois anos ao PC do B. Será que este partido, ao qual o DCE é ligado, por meio da UJS, também teria interesses? Se tem, não estou sabendo, pois durante os 10 dias em que fiquei na ocupação,  nenhum representante do diretório central nos procurou para nada. Aliás, sua única ação foi retirar alguns dos cartazes que pregamos na Universidade e espalhar panfletos solicitando que houvesse venda de sucos no restaurante universitário enquanto não havia a volta da venda de refrigerantes, pois os alunos eram ‘obrigados” a carregar as pesadas latinhas de 350 ml na fila, que por sinal, é imensa. E afirmo isso porque eu mesma vi.
d) Estes alunos que se dizem defender melhoria na UFS, nem as aulas frequentam! Pergunte a eles quantos anos estão na universidade! Por favor!
Não posso falar por todos, mas por mim posso. Eu freqüento as aulas, todos os professores me conhecem e sabem de minha dedicação não só às aulas, mas aos trabalhos extra-classe também. Tanto que fui Bolsista de Iniciação Científica  por dois anos consecutivos, orientada pelo professor Carlos Franciscato;  Bolsista de Iniciação à Extensão em 2008 com o mesmo professor, e mais uma vez agora com um projeto de rádio que é veiculado na rádio UFS, orientado pelo professor Matheus Felizola. Além disso, desenvolvo e tenho publicado diversos artigos científicos nas áreas do Marketing e do Jornalismo e, somente para citar minhas atividades acadêmicas, faço parte do quadro de locutores da rádio UFS, para o qual houve ampla concorrência. Durante todo esse tempo, além dessas atividades, também estagiei na Secretaria de Saúde Municipal e no E-aju, da Secretaria Municipal de Comunicação. Daí eu te pergunto, com todas essas atividades eu sou figura freqüente nas aulas, enquanto que essa Bárbara Souza já trancou diversas disciplinas ou foi reprovada por faltas, sei disso, porque peguei diversas com ela e tenho a lista de presença para provar. Portanto, Bárbara, penso que você não pode falar sobre quem freqüenta ou não as aulas, não é verdade? Diga você quando concluirá seu curso. Alguns atrasam porque precisam trabalhar para pagar as contas, como foi o meu caso que atrasei o curso em dois períodos.
e)o movimento Chegademigalhas seria válido, se feito com o propósito original de protestar contra as deficiências no nosso curso, mas o que está na reitoria é um circo armado! Poderia citar os principais nomes, mas prefiro não me envolver. Não é justo parar as aulas por uma manifestação ridícula, onde não há espaço para o bom senso e para a discussão de idéias viáveis ao entendimento de melhorias do curso.
O movimento Chega de Migalhas foi válido, tanto que ultrapassou os problemas do curso de comunicação e será ampliado por toda a Universidade. Deliberação feita com os mais de 300 estudantes que compareceram à Assembleia Estudantil convocada por nós do movimento Chega de migalhas, onde os estudantes vinham a público relatar as deficiências de cada curso. Essa Assembleia pode não ser reconhecida, mas há quatro anos o DCE não convoca uma assembléia. Por isso a fizemos, e o comparecimento dos alunos só mostrou que eles estão querendo melhorias. Que eles, assim como nós também estão gritando Chega de Migalhas! Circo armado? Onde um espaço em que havia debates, aulas públicas e grupos de discussão das mais diversas áreas pode ser considerado um circo? Citar os principais nomes? Desde já ofereço o meu para compor, pois se ser acusada de lutar pelo que acredita, de reivindicar o meu direito por uma educação superior de qualidade é crime, então que me acusem! Além disso, em momento algum paralisamos as aulas, se ela considera o exercício de cidadania uma manifestação ridícula, penso que a falta de bom senso e de discussão de idéias está ao lado dela e não do nosso. Que ela fique então aceitando o refrigerante do DCE para ajudar a engolir as migalhas envelhecidas e ultrapassadas do pão e circo da calourada do desmantelo. Enquanto isso, nós lutaremos, ocuparemos e reivindicaremos nosso direito. Permaneceremos ocupados. Ocupados com a luta pela educação de qualidade. E à essa luta convoco a todos dentro e fora da Universidade para, conosco, gritar       CHEGA DE MIGALHAS!
 Desde já agradeço o espaço

5 comentários:

gilberto disse...

Muito bom esse texto de Elaine, a vitoria desse ocupação foi para todos os cursos não so para comunicação.Me orgulho de ter participado desse movimento que vai ficar para historia da UFS. Não sou de partido, nunca participei de movimento estudantil e muito menos reunião de diretório acadêmico e me arrependo de não ter participado dessas reuniões, hoje eu vejo como é importante.
Ficamos ocupados e acredito que trabalhamos mais do que aqueles burocratas da administração da UFS e se os prazos não forem compridos voltaremos a ocupar e vamos cantar bem mais alto.
-NÃO DORME, NÃO DORME, JOSÚE NÃO DORME!!!!!!

Bárbara Kruschewsky disse...

Acho que a ocupação foi sim uma vitória para nós de comunicação. Infelizmente não pude comparecer todos os dias por problemas de saúde. Mas não posso deixar de comentar que alguns dos alunos reivindicam aulas mas não comparecem nelas. Não estou generalizando, mas é um fato. Tem os que lutam realmente por uma causa, tem os que fazem por bagunça mesmo. Precisamos melhorar nisso. Parabéns pelo texto.

Comitê Sergipe com Plínio! disse...
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Comitê Sergipe com Plínio! disse...
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Comitê Sergipe com Plínio! disse...
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