Ele: - Com você eu não tenho pressa. Sei que se não der pra fazer hoje, podemos fazer amanhã. Ou depois, sei lá - disse um dia enquanto almoçavam.
Ela apenas olhou e sorriu. Ela é constante. Ele sabe exatamente o que pode esperar dela. Ela não respondeu porque não tinha o que responder, mas ao longo dos dias e com a incerteza e a insegurança da continuidade ela quis lhe responder.
E pensou: - Eu tenho pressa, sabe? Eu tenho pressa de viver tudo o que quero com você hoje. Quero viver cinquenta anos em um dia. Porque hoje de manhã eu sei que você está aqui, mas à noite eu não sei se ainda estará. Então eu quero viver intensamente e guardar cada momentinho vivido para emoldurá-los e pendurar na minha casa de lembranças.
sexta-feira, 14 de setembro de 2012
quarta-feira, 5 de setembro de 2012
Ausência
Tá frio aqui.
Da janela vejo a serração e as luzes do bairro ao longe.
Os grilos cantam.
Tudo é tão calmo.
Tão vazio.
Esse vazio me angustia.
Porque não é vácuo.
É so um espaço a ser ocupado.
(Conversa na madrugada entre dois corações vazios.
Um vazio da presença.
Outro vazio da ausência.)
05/09/2012
quinta-feira, 30 de agosto de 2012
Diálogo interrompido
Ele: - Eu estou perdendo credibilidade com você.
Ela: - Sim, está. Infelizmente só acredito em algo que você me fala que vai fazer quando realmente faz. E isso acontece muito pouco. Daí prefiro não acreditar, pois é pior e gera expectativa. Essa coisa de "existe possibilidade" não dá muito certo. Eu penso, logo quero fazer e me programo pra isso. Além do mais, toda essa instabilidade gera um grande desgaste emocional em mim que fico sem saber o que fazer, o que esperar. Pensa comigo: de manhã você diz que fez uma coisa, de noite me fala que não fez por motivo a ou b. Então eu passei a ouvir e deixar pra lá, porque sei que não vai mesmo acontecer. Sinto muito. - pensou ela, mas não teve como responder porque a ligação fora interrompida
quarta-feira, 15 de agosto de 2012
Da série Diálogos - Parte II
E ela pousou. Estava voando depois do amor. Quando sentiu o coração se acalmar e as pernas ficarem um pouco mais firmes, levantou. Não sei o que queria fazer, mas olhou pra cama e o viu ali. Estendido. Tão bonito que chegava a doer. Nus. Ela, em pé, o olhava e sorria.
Ele: - Você está linda!
Ela: - Linda? Assim, toda bagunçada? - indaga sem acreditar muito.
Ele: - Sim. E daí? Fui eu quem baguncei.
E ela sorriu mais ainda e saiu descendo as escadas rezando baixinho e pedindo que se fosse sonho, não queria acordar.
Ele: - Você está linda!
Ela: - Linda? Assim, toda bagunçada? - indaga sem acreditar muito.
Ele: - Sim. E daí? Fui eu quem baguncei.
E ela sorriu mais ainda e saiu descendo as escadas rezando baixinho e pedindo que se fosse sonho, não queria acordar.
sexta-feira, 20 de julho de 2012
Da série diálogos
Noite fria. Da janela vê-se as luzes da cidade ao longe, tremeluzentes.
Eles se encontram. Enrolados, abraçados com pernas e braços enroscados. Ele reclama da distância entre os corpos mesmo grudados. Ela indaga se não seria melhor se um ficasse dentro do outro. Ele confirma.
Ela: - Você é minha perdição. - diz em voz baixa, quase um sussurro.
Ele: - E você é minha salvação. - como se assim ele pudesse fugir das conturbações e continua: - Em você eu me encontro.
Ela: - E em você eu me perco.
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