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sexta-feira, 21 de setembro de 2007

O FIM

Imaginava aquele momento desde o instante em que pousei os olhos nele.
Era um belo homem. Não para os padrões estéticos em voga, mas aos meus olhos ele era um homem bonito.
Tinha porte, liderança, olhar inquietante e observador, parecia que me desnudava a alma quando pousava o olhar em mim.
E ainda por cima aquele ar de ironia!
Refleti e vi que era melhor parar de divagar, ainda mais quando o que se quer parece estar inacessível, totalmente fora do alcance.
Todavia, eu disse "parecer" estar inacessível, não que o fosse de fato. Então, pensando na situação, resolvi deixar o barco ir ao sabor do vento. Se não me fosse favorável eu navegaria de volta ao continente.
O que provocou um segundo olhar daquele homem intrigante? Não sei, não se pode saber todas as coisas. O que me importava era que esse interesse surgiu. Decidi pular na água e mergulhar, entretanto não me manifestei. Demonstrava meu interesse mas não me manifestava. Até um dia...
Nos encontrávamos sempre, mas nunca conversávamos e dessa vez aconteceu de estarmos sós e a conversa surgiu. Os assuntos foram fluindo e nos conduzindo, não sei se por mim ou por ele ao lugar onde eu queria que tivesse chegado.
Realmente, ele me provara ser o homem fascicnante que eu tinha em mente.
O acaso (embora eu não creia que tenha sido ele) se encarregou de nos proporcionar ocasião e tempo de estarmos juntos e finalizarmos aqueles "assuntos" que ficaram pendentes.
Apesar de não ser tímida ele me deixava encabulada. Com qualquer outra pessoa eu seria direta e diria o que queria, contudo sua presença marcante me intimidava.
Estávamos somente eu e ele, eu estava nervosa e por isso não ficava calada. Falava coisas das quais nem me recordo agora. E o ouvia. Ouvia suas histórias como se estivesse devendando um segredo. Estava encantada!
Conversamos a noite toda. Meu Deus, eu não sentia sono, só queria ouvir aquela voz, principalmente quando o tom estava mais baixo, quase rouco!
Era um jogo de gato e rato. Eu o desejava com todo o meu corpo. E ele avançava e recuava. O dia estava amanhecendo quando ele resolveu me beijar. Ele levou a noite toda para fazer o que eu mais desejava. Por que?
Bem, não interessa, o fato é que ele me beijou. E esse beijo foi o início de um ato muito bom. E eu quis apenas sentir, aproveitar casa sensação proporcionada, controlando meu desejo e prorrogando o fim, porque na verdade eu não queria que acabasse.
Eu queria o corpo dele sobre o meu preenchendo, pesando, amando...
Se eu terminasse naquele instante eu me odiaria. O que eu desejava era o prazer dele. O meu prazer era conseqüência do dele.
Eu o desejava e sua concentração me mostrava o empenho dele em meu prazer.
Mas o que eu queria era olhar seu rosto na hora do prazer.
Eu não queria acabar, não queria que tivesse fim...
O fim chegou algum tempo depois...

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