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quarta-feira, 25 de abril de 2012

Omissão da imprensa e colapso no serviço público. Quem paga a conta?


Estou tendo a péssima impressão de que a imprensa toda está comentando muito pouco sobre os setores que estão em paralisação, greve ou indicativo de greve em várias categorias. Até agora não ouvi nenhuma avaliação macro sobre isso e longe de mim fazê-lo. Meu foco é outro, sobretudo a comunicação digital. O que ora escrevo são apenas algumas linhas sobre minhas reflexões.

Os professores estão em greve, os condutores do Samu irão paralisar as atividades já a partir do dia 02/05, conforme ouvi em Gilmar Carvalho, e se reunirão com médicos para uma possível greve, reivindicando também melhores condições de trabalho, além dos médicos e dos técnicos e auxiliares de enfermagem que prometem greve para maio, caso não haja negociação. Os servidores do Ipes Saúde também paralisarão suas atividades. Recentemente houve uma rebelião em uma das unidades prisionais do Estado que repercutiu nacionalmente, inclusive, no Fantástico, devido aos maus tratos com que os presos eram tratados. Agora, os delegados ameaçam paralisar os plantões. Portanto, educação, saúde e segurança estão em colapso. Isso está acontecendo justamente porque nenhum dos problemas foi resolvido a tempo tornando-se, assim, uma bola de neve.

Nos hospitais e postos de saúde faltam materiais, conforme o neurologista Rilton Moraes, no Twitter, desabafou dizendo que uma cirurgia foi suspensa por falta de material. No dia 13/04 uma enfermeira do Huse compartilhou uma foto denunciando um óbito pelo mesmo problema. Por isso, fico aqui me perguntando: o que aconteceria com o Estado se todos esses setores entrassem em greve conjunta e simultaneamente? Como ficaríamos nós, contribuintes? Porque se nós pagamos essa conta, então por que falta material? Porque temos de ficar sem segurança, sem saúde e sem educação? Isso é falta de gestão. Mas aquela gestão que a dona de casa faz administrando as contas da casa, contendo gastos supérfluos e parece que sempre consegue esticar a receita doméstica para que não falte nada.

Mas não entrarei nesse assunto que já está esgotado. O que me motivou a escrever esse texto foi a omissão por parte da imprensa de tudo isso que vem acontecendo e veicula somente fatos isolados do todo.  Não sou cientista política para ter essa visão completa e se há interesses políticos por trás de tudo isso, mas estou vendo que isso pode acontecer se não houver providências que sanem esses problemas. E digo sanar, não apenas tomar medidas contingenciais, pois isso somente agravará ainda mais os problemas que estão por vir. É por esse motivo que digo aos meus colegas jornalistas políticos que há a necessidade de informar aos leitores sobre esse colapso que o funcionalismo público está vivenciando e que atingirá diretamente à população na prestação dos serviços básicos pagos por ela. 

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