Em sua busca desenfreada por anunciantes jornais estampam em
suas manchetes a pergunta: Quem paga mais?
Quinta-feira, 20 de novembro de 2008. Abro um dos jornais diários da cidade em que moro e o que ele contém? Notícias? Sim, lógico. É para isso que um jornal serve, para nos noticiar o que está acontecendo no mundo. Sim outra vez. Aliás, posso ficar aqui dizendo sim a uma centena de conceitos e prováveis respostas que você, leitor, também me daria. Mas na verdade o que encontrei foi uma série de anúncios. Era tanta propaganda que a notícia ficava espremidinha ali no canto. E tinha também uma página inteirinha com uma matéria com um artista global contando com que idade ele deu seu primeiro beijo. Na página política um relato sobre a vitória do Barack Obama para presidente dos Estados Unidos e na página de cultura uma prévia da agenda cultural do fim de semana.
Mas e informação sobre o que acontecia na cidade e na circunvizinhança? Quase nada. Três ou quatro notinhas sem importância de rixas políticas e assassinatos.
Mas qual o critério que determina que aquilo que está escrito deveria ser notícia? Qual o impacto do teor daquelas letrinhas em sua vida imediata ou até mesmo em um futuro próximo? Bem, isso é individual e só você poderá responder.
Um critério que seja bastante objetivo do que deve ser ou não notícia é o que todo jornalista anseia e vários teóricos já queimaram suas pestanas e embranqueceram seus cabelos procurando definir. Tarefa árdua.
A informação que os veículos de comunicação nos passam é o meio pelo qual percebemos o mundo que nos rodeia, de onde extraímos pedaços desse mundo e juntando a todos tentaremos nortear e conduzir de nossas vidas. O jornalismo é parte essencial do processo democrático. Porém, além de sabermos o que acontece no mundo e que tem pouca relevância em seu cotidiano, não deveríamos saber mais a respeito do que está próximo? Em vez de sabermos somente a agenda de shows e sobre o Evafest não deveríamos saber mais sobre a produção de cultura no Estado? Quem são nossos artistas? O que eles estão fazendo?Na verdade os critérios estão mais determinados pelo pagamento das contas do jornal. E não podemos atacar os brios de quem nos paga. Sendo assim, o que é veiculado hoje é exatamente aquilo que não ofenderá quem empregou cem mil reais na veiculação de uma propaganda que deu para pagar todas as contas do jornal naquele mês. O jornalismo de opinião, tão ligado aos moldes iniciais, esse deu lugar ao mercadológico. E os jornais circulantes apenas estampam em suas manchetes, de acordo com a tiragem a pergunta chave do capitalismo: Quem paga mais?
suas manchetes a pergunta: Quem paga mais?
Quinta-feira, 20 de novembro de 2008. Abro um dos jornais diários da cidade em que moro e o que ele contém? Notícias? Sim, lógico. É para isso que um jornal serve, para nos noticiar o que está acontecendo no mundo. Sim outra vez. Aliás, posso ficar aqui dizendo sim a uma centena de conceitos e prováveis respostas que você, leitor, também me daria. Mas na verdade o que encontrei foi uma série de anúncios. Era tanta propaganda que a notícia ficava espremidinha ali no canto. E tinha também uma página inteirinha com uma matéria com um artista global contando com que idade ele deu seu primeiro beijo. Na página política um relato sobre a vitória do Barack Obama para presidente dos Estados Unidos e na página de cultura uma prévia da agenda cultural do fim de semana.
Mas e informação sobre o que acontecia na cidade e na circunvizinhança? Quase nada. Três ou quatro notinhas sem importância de rixas políticas e assassinatos.
Mas qual o critério que determina que aquilo que está escrito deveria ser notícia? Qual o impacto do teor daquelas letrinhas em sua vida imediata ou até mesmo em um futuro próximo? Bem, isso é individual e só você poderá responder.
Um critério que seja bastante objetivo do que deve ser ou não notícia é o que todo jornalista anseia e vários teóricos já queimaram suas pestanas e embranqueceram seus cabelos procurando definir. Tarefa árdua.
A informação que os veículos de comunicação nos passam é o meio pelo qual percebemos o mundo que nos rodeia, de onde extraímos pedaços desse mundo e juntando a todos tentaremos nortear e conduzir de nossas vidas. O jornalismo é parte essencial do processo democrático. Porém, além de sabermos o que acontece no mundo e que tem pouca relevância em seu cotidiano, não deveríamos saber mais a respeito do que está próximo? Em vez de sabermos somente a agenda de shows e sobre o Evafest não deveríamos saber mais sobre a produção de cultura no Estado? Quem são nossos artistas? O que eles estão fazendo?Na verdade os critérios estão mais determinados pelo pagamento das contas do jornal. E não podemos atacar os brios de quem nos paga. Sendo assim, o que é veiculado hoje é exatamente aquilo que não ofenderá quem empregou cem mil reais na veiculação de uma propaganda que deu para pagar todas as contas do jornal naquele mês. O jornalismo de opinião, tão ligado aos moldes iniciais, esse deu lugar ao mercadológico. E os jornais circulantes apenas estampam em suas manchetes, de acordo com a tiragem a pergunta chave do capitalismo: Quem paga mais?